domingo, 30 de março de 2014

A hora do intervalo

 A proposta de uma escola que acolha os alunos em tempo integral, um local onde eles permaneçam o dia todo, exige ações, espaços e equipamentos que possam "ocupar" os alunos quando não em sala de aula ou em atividades de oficinas específicas.  Observamos que muitos dos alunos veem a escola como um espaço de lazer, congraçamento. Chegam, às vezes, cedo demais e procuram esticar ao máximo, no final da tarde, a permanência na escola. Para crianças o tempo inteiro a vida é brincadeira.  Disso, no ambiente escolar se tem que tirar proveito para que ela se encante mais, a cada dia com o conhecer, o aprender.

A  mesa de pebolim (fla-flu), alguns instrumentos de percussão, chamam a atenção dos alunos, tanto quanto a bola e um joguinho rápido na nossa precária quadra de areia.  Encantar as crianças pela escola é a forma de encanta-las também pelo aprender, pelo querer saber mais, pelo ir além de onde até mesmos seus pais conseguiram ir, na vida.   As séries iniciais devem ser a melhor fase das crianças na escola.  O tempo em que elas despertam de fato pelo amor ao conhecer, ao aprender.  Um lugar onde ao irem para casa descansar no final do dia, já estejam ansiando pelo retorno na manhã do dia seguinte, por sentir a escola como se fosse a sua casa ou, mesmo, a casa, a familia que gostariam de ter e, talvez, não tenham. É esta escola que estamos buscando na Érico: a escola casa, a escola família, a escolha que acolhe.

A disputa pela mesa de pebolim é sempre acirrada
Não há o que substitua o gosto das criança por uma bola

No intervalo do almoço, batucadinha de mesa, com o diretor
Brincar na areia, no recreio, exercitando planos de engenharia

sábado, 29 de março de 2014

Reunião de pais

Hoje a tarde, na escola, aconteceu a primeira reunião da comunidade escolar da Érico de 2014.  A expectativa era de uma participação mais acentuada de pais, considerando que são 118 alunos matriculados.  Em torno de 40 pais compareceram.  De qualquer forma, isso não afeta o objetivo de continuarmos buscando uma participação mais efetiva dos pais e um envolvimento maior no projeto da nossa "nova" escola.

Na pauta da reunião estava a apresentação da proposta em andamento, a reorganização do Circulo de Pais e Mestre e do Conselho Escolar.  A aprovação do calendário escola para este ano.  Isso foi concretizado. Restou ainda alguns esclarecimentos sobre o funcionamento do Programa Mais Educação, que integra a proposta de funcionamento da escola para este ano.  

Questões relacionadas a convivência dentro da escola e outras ocorrências levantadas pelos pais, também foram pontuadas e debatidas.  Todas as duvidas a cerca dos assuntos levantados na reunião foram debatidas, inclusive, para esclarecer aos pais sobre aqueles que não diziam comunidade da Érico.   Foi aceita a proposta de uma mutirão que se realizará no próximo sábado, dia 5 de abril, a partir das 7h30, para uma capina e limpeza geral da escola, do patio interno e externo.  A direção esclareceu também com relação aos recursos financeiros disponíveis para a escola, aos custos de manutenção.  A busca para a inclusão da escola na proposta de Escola de Tempo Integral também debatida.




quarta-feira, 26 de março de 2014

A Érico em atividade

A construção do projeto de uma nova Escola Érico Veríssimo é feito aos poucos, em meio as dificuldades estruturais e de gestão da escola.  A escola disponibilizado o espaço escolar com atividades de contraturno para seus 120 alunos, já é um principio de Escola de Tempo Integral, objetivo próximo o qual só será conquistado com o envolvimento efetivo de toda a comunidade escolar.

Temos já um cronograma de oficinas do Programa Mais Educação, praticamente fechado.  Evidenciamos as oficinas de Letramento, Matemática, Esportes, Capoeira e Musica. A oficina de Informática ainda depende de confirmar a instalação dos computadores, uma vez que a sala de informática já esta preparada para recebê-los. Ainda estamos, de forma experimental, trabalhando com a oficina de Dança.  Estamos nos empenhando para firmar um quadro perene de oficineiros e assim garantir a continuidade de cada oficina, no transcorrer de todo o ano.  

Oficina de Capoeira - às terças-feiras -, com a copoeirista Kelly Lince Negra, é uma atividade que entusiasma a participação das crianças.







Já a oficina de Letramento, com a oficineira Joceani, busca reforçar o aprendizado dos alunos com as letras, com a palavra escrita, com a produção de textos, com a leitura.







segunda-feira, 17 de março de 2014

O uniforme e o novo escudo da Érico

O uniforme é uma "identidade" da escola
A Érico entra numa nova dinâmica em 2014.  O uniforme novo já é também uma marca disso, ao mesmo tempo que oportuniza a todos os alunos, um mesmo parâmetro no seu vestir para o dia a dia escolar e uma "identidade" para a escola na convivência com a comunidade. Ao mesmo tempo, revela que a Érico esta percorrendo novos caminhos numa construção passo a passo, numa caminhada que recém esta no inicio.

A Érico sempre teve um uniforme, mas considerando este "novo" caminho que começamos, achou-se por bem se propor um novo uniforme para a escola.  Também o escudo da escola foi repensado para um design mais moderno, atualizado.  As cores do uniforme foram redefinidas para um cinza nas calças, bermudas e abrigo e amarelo para a camiseta, com detalhes em amarelo nas  peças cinzas e cinza na peça amarela.

Ao se instituir um uniforme escolar, não se quer apenas padronizar a vestimenta dos alunos que frequentam a escola, se quer também, desde já, propor uma lição a favor da redução das desigualdades, ao tempo em que, criando-se esta "identidade" da escola, permite-se aos pais uma forma mais econômica para prover os filhos do agasalho (vestimenta) necessário a sua segurança e saúde. A dúvida normal e cotidiana: "Com que roupa que eu vou?", se responde com o uniforme escolar.
O antigo escudo da escola

O novo escudo da escola
O uniforme não deve ser apenas uma obrigação escolar.  O que se quer é que o aluno vista o mesmo para ser reconhecido como "um aluno da Érico".  É isso que buscamos.  A escola não é, não deve ser, um sacrifício na vida do aluno, mas um prazer que ele tem em todos os dias de levantar e vir se encontrar com professores, funcionários, colegas para compartilhar a alegria que é viver e aprender juntos.  No final, esperamos e queremos que a suprema realização da Érico (e nela, professores, servidores, direção, pais, alunos) seja, não apenas que o uniforme a nos identificar, mas antes disso, cada membro da comunidade escolar da Érico, seja identificado pelo compromisso com a construção diuturna de uma escola que democrática, acolhedora, comprometida com a educação que forme cidadãos capazes de se constituírem em permanentes agentes de transformação da nossa sociedade, no nosso mundo, em lugar mais justo, livre e igualitário.

Temos - e dizemos isso como comunidade escolar da Érico - uma árdua caminhada pela frente. Para isso, o uniforme não será uma marca definitiva.  Antes, a marca da Érico deve ser a sua proposta e o seu compromisso com a educação que a coloque como referência na nossa comunidade. Já estamos uniformizados para buscar esta meta, agora é mostrarmos que o que se  observa exteriormente é apenas resultado do que esta em transformação interiormente, principalmente, no que diz respeito ao fim ultimo de uma escola: a educação.

Nota: Para a confecção dos uniformes estabelecemos como referência a Confecções MGudrum, situada na rua Theodomiro Porto da Fonseca, 397, telefone 3561-2198, em frente a Loja Lebes.  
O uniforme é uma condição obrigatória a todos os alunos. A partir de 15 de abril, todos os alunos deverão se apresentar na escola devidamente uniformizados.


domingo, 16 de março de 2014

Uma nova Érico em construção

A nova trajetória que a Érico Veríssimo começou em 2014, é um processo em consolidação.  Continuamos este ano trabalhando a partir do Programa Mais Educação, no qual se busca o caminho para uma escola de tempo integral.  Não obstante, já deste o inicio das aulas, em 24 de fevereiro, definiu-se que, funcionando em dois turnos, a escola estaria aberta para atender e acolher os alunos em turno integral, ou seja, das 7:30h às 17:00h, como opção. Neste sentido, seria oferecido não apenas o lanche da manhã e da tarde como também o almoço na escola.  Com 120 matriculas, 100 alunos participam integralmente (vem de manhã e só retornam para suas casas a tarde).  

O quadro atual de alunos matriculados permitiu dividir todos em seis turmas, de 1º ao 5º ano.  Sendo que o 3º ano, esta dividido em duas turmas, devido ao excedente de procura ocorrido no período de matriculas.   Assim, temos, no turno da manhã:
- Turma T14.2, de 2º ano, com a professora Bárbara;
- Turma T14.3, de 3º ano, com a professora Eliane e
- Turma T14.4, de 4º ano, com a professora Mara.
No turno da tarde:
- Turma T14.1, de 1º ano, com a professora Vanuza;
- Turma T14.32, de 3º ano, com a professora Mara e,
- Turma T14.5, de 5º ano, com a professora Maria Anelise.

Como parte da proposta e objetivo do Programa Mais Educação, estão definidos, para este semestre, as atividades que serão desenvolvidas no contra-turno com as crianças que participam do programa.  Assim, as turmas do turno da manhã, terão atividades no turno da tarde e as do turno da tarde terão atividades no turno da manhã.  Estas atividades são o que chamamos de oficinas.  Cada oficina é acompanhada por um monitor, ou seja, uma pessoa com habilidades e conhecimentos para desenvolver ações pedagógicas e outras atividades relacionadas aos objetivos da oficina.  Nesta direção, foram definidas as áreas de esportes (com, enfase em atletismo); Informática; Leitura/Produção de textos;  Letramento (consolidar processo de alfabetização); Matemática; Música.  Para efetivar estas oficinas, os alunos de cada turno foram subdivididos em duas turmas.  Já o turno, foi subdividido em dois períodos, tanto de manhã quanto a tarde (observe o quadro de horário das oficinas).


Por ora, apenas a oficina de Informática com atividade em laboratório de informática por que este esta em processo de instalação. Até o final deste mês de março esperamos tê-lo concluído.  De qualquer forma, os alunos que teriam informática, conforme o quadro de horário das oficinas, neste período, tem o acompanhamento do monitor para outras atividades inerentes à escola. 

Em complemento a estas informações, deve-se dizer que a Érico Veríssimo, embora tenha uma estrutura física (cinco salas de alvenaria, mais secretaria e banheiros e um pavilhão de madeira, onde estão a cozinha, deposito de limpeza, sala de professores e biblioteca), que permita o desenvolvimento adequado das atividades as quais se propôs para 2014, ainda carece de mais espaço e de cuidados de manutenção mais específicos. Uma das situações diz respeito a existência de um refeitório e a ampliação da área coberta. Não obstante, isso, com o apoio da comunidade escolar e o empenho da direção, acreditamos que, aos poucos iremos superando estas dificuldades no caminho da implantação de uma Escola de Tempo Integral, de fato.

O resultado destas duas primeiras semanas de aula, revelou que a "nova" Érico, vai fazer um caminho de superação constante.  Como resultado disso teremos uma escola que seja se constitua como um marco referencial aos nossos alunos, nos primórdios do seus processo de escolarização e no longo caminho de construção do seu conhecimento.  Outros passos estão sendo dados.  Em breve esperamos vê-los concretizados. Um passo de cada vez, estamos reerguendo a Érico, juntos, fazendo nova a sua história.
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segunda-feira, 3 de março de 2014

Drummond homenageou Érico em poesia

A falta de Érico Veríssimo
Falta alguma coisa no Brasil depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
Falta uma tristeza de menino bom
O grande poeta Carlos Drummond de Andrade, amigo de Érico
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda – como tarda!
a clarear o mundo.
Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarineta.

Érico Veríssimo, o patrono da nossa escola

Érico Veríssimo, o maior escritor gaúcho.
De família abastada que se arruinou, Érico Veríssimo era filho do farmacêutico Sebastião Veríssimo da Fonseca (1880-1935) e da dona de casa Abegahy Lopes (dita "dona Bega"). Tinha um irmão mais novo, Ênio (1907), e uma irmã adotiva, Maria. Quando tinha quatro anos de idade, Érico Veríssimo ficou gravemente doente e, após ser levado a vários médicos, foi finalmente diagnosticado com meningite complicada com broncopneumonia pelo médico Olinto de Oliveira, cujo tratamento salvou sua vida. Durante sua infância, estudou no Colégio Venâncio Aires, em Cruz Alta, onde foi um aluno comportado e quieto, frequentava o cinema e observava o pai trabalhando. Por volta de 1914, com quase dez anos, Érico criou uma "revista",Caricatura, na qual fazia desenhos e escrevia pequenas notas.
Aos treze anos, Érico já lia autores nacionais, como Aluísio Azevedo e Joaquim Manoel de Macedo, e estrangeiros, como Walter ScottÉmile Zola e Fiódor Dostoiévski. Em 1920, ele foi matriculado no extinto Colégio Cruzeiro do Sul (hoje Colégio IPA), um internato de orientação protestante de Porto Alegre, deixando sua namorada Vânia em Cruz Alta. No novo colégio, Veríssimo foi por muito tempo o primeiro aluno de sua turma, embora tivesse aversão à matemática. Em seu último ano letivo, o jovem Érico chegou a sofrer de claustrofobia e de pesadelos. Em dezembro de 1922, terminados os estudos de Veríssimo, seus pais se separaram; as diferenças do casal eram notáveis: Sebastião era um homem gastador e mulherengo e dona Bega, uma mulher econômica e mais reclusa. Érico, sua mãe e seus irmãos passaram então a morar na casa dos avós maternos. Deprimido e endividado, o pai perdeu a propriedade da farmácia. No ano seguinte, Érico empregou-se como balconista no armazém do tio Américo Lopes e, depois, no Banco Nacional do Comércio. Durante esse tempo, transcrevia obras de Euclides da Cunha e de Machado de Assis, dentre outros escritores, e tomou gosto pela música lírica. Também aprofundou mais ainda a leitura de escritores nacionais e estrangeiros. Em 1924, para que o irmão Ênio pudesse frequentar o ginásio, a família mudou-se para a capital gaúcha, mas retornou a Cruz Alta após um ano de extrema dificuldade financeira. Em 1926, Érico se tornou sócio da Farmácia Central, junto com um amigo de seu pai, mas o novo empreendimento faliu em 1930, deixando uma dívida que só conseguiria liquidar dezessete anos depois. Além de farmacêutico, Érico também trabalhou como professor de literatura e língua inglesa à época.
Em 1927, Veríssimo conheceu sua futura esposa, Mafalda Halfen Volpe, então com quinze anos, e os dois ficaram noivos em 1929. Nesse mesmo ano, publicou-se o primeiro texto de Veríssimo: Chico: um Conto de Natal, na revista mensal "Cruz Alta em Revista". Em seguida, seu amigo Manuelito de Ornelas enviou os contos Ladrão de Gado e A Tragédia dum Homem Gordo à revista do Globo. E o jornal Correio do Povo publicou o conto A Lâmpada Mágica.
Em uma manhã de outubro de 1930, Érico despediu-se de seu pai Sebastião, que, engajado na Revolução de 1930, resolveu mudar-se para Santa Catarina. Foi a última vez que se viram.
Desempregado após a falência de sua farmácia, Érico mudou-se novamente para Porto Alegre, em dezembro de 1930, disposto a viver de seus escritos. Mafalda, sua noiva, permaneceu em Cruz Alta. Veríssimo então foi contratado como secretário de redação da Revista do Globo e, em seu tempo livre, encontrava-se com intelectuais da época, como Mário Quintana e Augusto Meyer, no bar Antonello, no centro da capital.
Em 1931, Érico regressa a Cruz Alta, para se casar com Mafalda Volpe, e os dois passam a morar em Porto Alegre, onde Érico havia obtido certa estabilidade financeira. Eles tiveram dois filhos: Clarissa Verissimo (1935) e o também escritor Luis Fernando Verissimo (1936). O casamento deles foi bastante feliz, e Érico escreveu mais tarde que, sem a paciência e o bom-senso da esposa, sua carreira de escritor teria sido impossível.
Érico Veríssimo em foto de 1940, aos 35 anos
Para complementar o orçamento da Revista do Globo, Veríssimo começou a traduzir livros do inglês para o português. A primeira tradução foi da obra O Sineiro (The Ringer), de Edgar Wallace. Além de traduzir, passou a colaborar para as edições dominicais dos jornais Diário de Notícias e Correio do Povo. Promovido a diretor da Revista do Globo em 1932, Érico começou a indicar mais livros estrangeiros para tradução e publicação. No mesmo ano, ele publica sua obra de estreia, Fantoches, uma coletânea de contos, em sua maioria na forma de pequenas peças de teatro. Contudo, as vendas do livro não foram boas, e um incêndio destruiu o local ondem estavam armazenados os exemplares restantes.
Em 1933, Érico Veríssimo traduziu o célebre livro Contraponto (Point Counter Point), de Aldous Huxley, e publicou seu primeiro romanceClarissa, cujos sete mil exemplares foram vendidos em cinco anos. Seu segundo romance, Caminhos Cruzados, publicado em 1935, chegou a ser considerado subversivo pela Igreja Católica e pelo Departamento de Ordem Pública e Social, levando Érico a ser interrogado pela polícia a respeito de sua orientação política.
Em 1936, Érico publicou dois romances que foram continuações de Clarissa: Música ao Longe, pelo qual ganhou o Prêmio Machado de Assis, e Um Lugar ao Sol. Além disso, ele criou, na Rádio Farroupilha, um programa infantil, O Clube dos Três Porquinhos, que saiu do ar quando o Estado Novo estava prestes a submetê-lo ao departamento de censura.
Em 1938, Érico Veríssimo publicou sua primeira obra de repercussão nacional e internacional, Olhai os Lírios do Campo, que foi traduzido do inglês ao indonésio.
Érico então assumiu a função de conselheiro literário da Editora do Globo, selecionando, ao lado de Henrique Bertaso, mais escritores estrangeiros (Thomas MannVirginia WoolfBalzac, entre outros) para serem traduzidos e participando da criação as coleções Nobel e Biblioteca do Séculos, que foram grandes sucessos.
Em 1940, depois do sucesso Olhai os Lírios do Campo, Érico Veríssimo publicou Saga, considerado pelo próprio autor como seu pior romance.
Em 1941, Érico Veríssimo morou por três meses nos Estados Unidos para proferir conferências, em uma estada financiada pelo Departamento de Estado como parte da Política da Boa Vizinhança, do governo de Franklin Roosevelt. De volta ao Brasil, ele presenciou um incidente real que o inspirou a escrever seu livro seguinte: em um passeio pela Rua da Praia com seu irmão, Érico testemunhou a queda de uma mulher do alto de um prédio. Dois anos depois, publicou o romance O Resto É Silêncio, cujo ponto de partida é o suicídio de uma mulher que se atira de um edifício. O livro recebeu fortes críticas do clero.
Em 1943, ele se mudou com a família para os Estados Unidos novamente a convite do Departamento de Estado, desta vez para uma estada de dois anos, durante os quais ministrou aulas de Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia em Berkeley. Sobre essas viagens ao exterior, Érico escreveu dois livros: Gato preto em campo de neve (1941) e A volta do gato preto (1947). Érico também aceitara o convite de trabalhar nos Estados Unidos porque discordava das políticas da ditadura de Getúlio Vargas.
O Tempo e o Vento, obra mais conhecida
Foi a partir 1947 que Érico Veríssimo começou a escrever sua obra-prima, a trilogia O Tempo e o Vento. A ideia inicial do escritor era reunir duzentos anos da história do Rio Grande do Sul (1745 a 1945) em um único volume; todavia, no final, ele escreveu três volumes, totalizando 2,2 mil páginas. O primeiro volume, O Continente, foi publicado em 1949 e marca o momento mais importante da carreira de Veríssimo. De O Continente saíram alguns personagens primordiais e bastante populares entre seus leitores, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo Cambará.
Em 1950, na praia de Torres, Érico Veríssimo começou a escrever o segundo volume de O Tempo e o Vento, intitulado O Retrato, publicado no ano seguinte. Foi descrito por Érico como literariamente inferior ao O Continente. Em 1952, novamente em Torres, Érico tentou escrever o terceiro e último volume da trilogia, mas acaba publicando Noite em 1954, o qual fez mais sucesso no exterior. No mesmo ano, é agraciado com o prêmio Machado de Assis, pela Academia Brasileira de Letras.
Entre 1953 e 1956, Érico voltou a residir nos Estados Unidos, para assumir a direção do Departamento de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos, em Washington. Neste cargo, ele havia sucedido Alceu Amoroso Lima. Nessa época, tentou de novo escrever a última parte de O Tempo e o Vento, sem sucesso. Antes de embarcar ao Brasil, Érico recebe a notícia de que sua filha está noiva de um americano, David Jaffe. Clarissa e David deram três netos à Veríssimo.
Em 1957, em Porto Alegre, Érico tenta mais uma vez escrever o último volume de O Tempo e o Vento, chamado O Arquipélago, mas acaba dando início a México, narrando sua viagem àquele país. Outra tentativa de finalizar O Arquipélago ocorre em janeiro de 1958, infrutífera. Em abril do mesmo ano, ele relata ter sentido algum problema no coração.
Luiz Fernando Veríssimo, filho de Érico, também é escritor
Em 1961, Érico sofreu seu primeiro infarto do miocárdio. Após um repouso absoluto, volta a trabalhar na obra O Arquipélago. Quando decide viajar à Grécia com a esposa em 1962, Érico entrega O Arquipélago pronto para ser publicado. No dia 12 de outubro de 1963, vítima de câncer de pulmão, faleceu a mãe de Érico, aos setenta e oito anos. No ano seguinte, Luis Fernando Verissimo, inesperadamente, casou-se com Lúcia Helena Massa, e eles também deram três netos a Veríssimo.
Em 1965, Érico publicou o romance O Senhor Embaixador, no qual refletia sobre os descaminhos da América Latina. Ganhou então o Prêmio Jabuti, na categoria romance, da Câmara Brasileira de Livros. Publica sua autobiografia em 1966O Escritor diante do Espelho, que é ampliada mais tarde.
No romance Incidente em Antares, de 1971, Érico traçou um apanhado da história do Brasil desde os primeiros tempos e enveredou pelo fantástico, com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na fictícia cidade de Antares. Em 1972, na comemoração dos quarenta anos de lançamento de seu primeiro livro, Érico relançou Fantoches, com desenhos e notas de sua autoria.
Em 1973, publica o primeiro volume de Solo de Clarineta, sua segunda e ampliada autobiografia. O enfarte que vitimou Veríssimo em novembro de 1975 impediu-o de completar o segundo volume de sua autobiografia, programada para ser uma trilogia, além de um romance que se chamaria A Hora do Sétimo Anjo. No ano seguinte, foi publicado postumamente o segundo volume de Solo de Clarineta, organizado por Flávio Loureiro Chaves.
Por ocasião do falecimento de Érico, Carlos Drummond de Andrade publicou o poema A falta de Erico Verissimo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Érico_Veríssimo

A história da Érico

              A Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Veríssimo, surgiu oficialmente, em 12 de maio de 1960, sob a denominação de Escola Estadual Rural das Rosas (pela sua localização no que hoje é o Bairro das Rosas).  

             Em 04 de março de 1963, mudou-se para o local atual, fazendo parte de um grande esforço pela educação do então governador Leonel Brizola (1959-1963). A partir de um programa de governo denominado "Nenhuma Criança Sem Escola", Brizola construiu mais de mil escolas estado a fora. Dentre estas tantas surgiu a nossa escola.  A área onde esta localizada, uma elevação ao lado da Rua Presidente Lucena,    foi doada pelo senhor Walter Adão Schuck.  Nesta nova localização passou a denominar-se Grupo Escolar Bairro das Rosas.
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Em 1975, a escola era denominada de Grupo Escolar Bairro das Rosas
A partir do dia de 04 de dezembro de 1979, passou a se chamar Escola Estadual Érico Veríssimo, atendendo aos alunos da 1ª a 4a série. No dia 02 de março de 2001, foi publicado no Diário Oficial o "Ato de Alteração" do nome para escola, quando ganhou a denominação atual: Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Veríssimo, atendendo a turmas de 1º ao 5º ano, em turmas unidocentes (com um professor).
De inicio, a Érico era constituída de uma construção em madeira machambrada (tábuas em horizontais sobrepostas) de cinco salas de aula e uma sala de secretaria.  Na década de 80, a escola foi ampliada com a construção de duas salas de alvenaria.  E em 2001, foram construídas mais quatro sala de alvenaria, enquanto duas salas em madeira, da antiga escola, eram removidas. 
Pátio interno da Érico, com as primeiras duas salas em alvenaria, em 1988.

A escola tem assegurada pela legislação vigente a sua liberdade de organização e autonomia pedagógica, administrativa e gestão financeira para estabelecer caminhos que possibilitam ações eficazes para o sucesso do aluno, respeito às diferenças individuais e a construção do conhecimento.    Ao longo dos anos a escola teve sua clientela de alunos reduzida.  Chegando em 2012 a funcionar com apenas 28 alunos. Uma realidade bem diferente de outros anos como na década de 90, quando a escola a funcionar com mais de 250 alunos.

Em 2012/2013, a escola recebeu os alunos da E.E.E.F. Dom Pedro I, do bairro Lira, que estava em processo de extinção. Neste mesmo ano iniciou a implantação do Programa Mais Educação, voltado para o atendimento dos alunos em tempo integral.  Em 2014, efetivou esta proposta funcionando e atendendo todos os alunos em tempo Integral, oferecendo em um turno as aulas curriculares e no contra-turno atividades pedagógicas com oficinas de leitura e produção de textos, letramento, matemática, dança, música, esportes. Para este projeto a escola iniciou o ano com 120 alunos matriculados.

O patrono da escola é o escritor gaúcho Érico Veríssimo.  Ele  nasceu em Cruz Alta, em 1905 e faleceu 1975.  Erico Veríssimo escreveu mais de trinta livros, traduzidos para diversas línguas, escreveu também diversas aventuras infantis.  Dentre os mais conhecidos estão: O Tempo e o Vento, Solo de Clarineta, Clarissa, Olhai os Lírios do Campo, Incidente em Antares.

Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Veríssimo, em registro feito em 2013.