domingo, 8 de junho de 2014

Mente ocupada

Embora o turno integral da Érico, se conclua às 17:00h, a última van que vem recolher os alunos, chega por volta das 17:35h. Durante este tempo o diretor ainda permanece na escola, visto que não temos um espaço, um abrigo, seguro nas proximidades onde os alunos possam aguardar a chegada do transporte ou mesmo alguns pais que também só conseguem passar na escola depois do encerramento das aulas. Por conta disso, os alunos que esperam buscam se ocupar - crianças não param - com alguma coisa que esteja disponível mesmo após o encerramento das aulas. 


Observava este dois - Gabriel e Richard - concentrados, como se fossem dois mestres enxadristas mirins de alto nível movimentando peças com a estratégia que este jogo exige.  Era estranho, porque ambos não conhecem o jogo, nem o valor de cada peça, nem como se movimentam.  Na verdade, inventavam com as peças de xadrez um jogo próprio. A mente fértil das crianças cria suas próprias regras em jogos imaginários. Quando os adultos não oferecem alternativas para ocupar a mente das crianças elas criam as suas próprias. O ideal é que se deixe isso ocorrem mas nunca longe do olhar e atenção de um adulto. A imaginação, como se sabe não tem fronteiras e muitas vezes, por pura fantasia, torna a realidade perigosa.    Raro ver-se estes dois "enxadristas" assim, sentados, exercitando apenas o raciocínio. Mas é um momento bonito de ver duas crianças, assim, fraternos, amigos e adversários (no jogo), ao mesmo tempo e em harmonia. É quase mágico.   O normal é estarem correndo atras de uma bola. Esta opção, neste dia, no final do turno enquanto esperavam a van ou os pais virem buscá-los, não estava disponível, havia chovido.  Razão para buscarem outra forma de distração, a enorme energia que nossas crianças sempre tem.

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